Atualizada às 15h20min deste domingo (22). 

"Ela estava em perfeitas condições", foi com essa frase que a equipe do Diário Popular foi recebida na tarde deste sábado (21) pela catadora de materiais recicláveis Vanessa Cardoso, no loteamento Barão de Mauá, perto do centro de Pelotas. Com ela, seus quatro filhos olhavam os últimos momentos de vida do animal que os acompanhava todos os dias.

Segundo Vanessa, há duas semanas, crianças soltaram a égua que foi apreendida e levada para Hospedaria de Grandes Animais - órgão mantido pela Prefeitura Municipal. Entretanto, ao retirar a égua do local, reparou que sua companheira de trabalho estava bastante debilitada. De acordo com Vanessa, o gasto com remédios  superou os 700 reais - todo dinheiro foi emprestado por amigos.

A falta de recursos impossibilita a catadora de contratar um veterinário para dar fim ao sofrimento de sua companheira. "Já liguei para vários lugares e até agora nada. Só quero um final digno para ela que muito me ajudou", disse para a reportagem.

Ajuda do bem
Depois de saber do caso, uma médica veterinária, que não quis se identificar, cuidou de todos os procedimentos de tratamento de forma gratuita. A partir das 18 horas de sábado a égua recebeu vários medicamentos para amenizar a dor. Somente na manhã deste domingo é que a companheira de trabalho de Vanessa faleceu. "Ela chorava junto comigo. É uma pessoa de um grande coração," comentou Vanessa sobre o ato de caridade da médica veterinária.

Contraponto
Segundo a Hospedaria de Grandes Animais a égua chegou debilitada e foi para o setor onde ficam os animais mais frágeis. Todos os cuidados ambulatoriais foram feitos para recuperação. A sua retirada da hospedaria não foi aconselhada pelos técnicos do local, pois o animal necessitava de cuidados.